terça-feira, 28 de agosto de 2007




Alcanço as nuvens e, sem perceber, abraço-me às turbinas e sonhos. Aeronaves estendem-se no ar com imensa velocidade, planando livremente. E aqui estou eu, etéreo e despedaçado, juntando minhas partes para formar você.

De repente a temperatura diminui e como um facho incandescente, eu me dissipo em luz. Viajo por entre os meteoritos que implodem em luminescência. A poeira cósmica se agrupa, e em um determinado momento o universo conspira, respira, se move. É o seu rosto, entre pedras e estrelas. Então meu coração gelado se aquece e eu toco sua face. A nebulosa se expande. Sozinho novamente.

Mais alto, os anjos por perto. Pegam-me pelos braços e me guiam livremente no espaço. Permaneço voando, vazio e separado, onde todas essas ondas - esses sons dentro da minha mente – me transportam para outra realidade. E eu continuo.

Na exosfera eu te encontro, belíssima e espectral. Me agarro à poeira cósmica, tento – em vão - reconstruir seu sorriso. O pó rubro dos seus lábios desagregados beija minha boca e meus olhos se fecham para esta dimensão.

Vejo-me distanciando dos seus braços, da aurora e do vácuo espacial. Anjos me deitam em nuvens, me deixam cair. Desmoronando insistentemente para dentro de mim, meu corpo finalmente se rompe e eu encontro o meu lugar.

3 comentários:

Rodrigo Azevedo disse...

realmente você caprichou nessa em...
gostei de mais, da pra ver que veio de dentro, bem filosófica
:)
beijo

Anônimo disse...

Texto viajante ^^ O melhor que vc já escreveu, sem dúvida..renderia um belo filme o/ E tenho dito \o/

Unknown disse...

muito bem, tila!
texto legal e diferente..
essa viagem toda que se passa é interessante!
boas palavras.
=)
=*