sábado, 24 de novembro de 2007
A Tempestade
Só chove do lado de cá. Nesse barco no meio do nada, e eles ainda jogam água em mim. Água fria.
A tempestade não cessa. O céu em relâmpagos e estrondos diabólicos. É tão alto. Com as mãos nos ouvidos, tremo de medo e espero a hora chegar.
As nuvens se desenrolam pelo céu com uma velocidade imensa. É tudo cinza, escuro. Um sentimento incomum de ódio, ou raiva, toma conta de mim. Mas não, não é exatamente isso.
Algo dentro de mim não está certo. Algo dentro de mim irá rasgar logo, e minha pele se espalhará pelo vento. Sairá do peito e será só cinzas no buraco que ficar.
Enquanto esta coisa se move e incomoda, rasgo minha pele, em vão, para ela tentar sair.
Os barulhos se tornam insuportáveis e repetitivos. Os sinto dentro da minha mente, me dizendo o que fazer. Dizendo para parar. Aí então eu parei.
De olhos fechados, senti a calmaria do mar retornando. Os trovões cessando e relâmpagos enfraquecidos. Abri os olhos e o céu ainda feio. A garoa permanece. E eu ali sentada no barco. Esperando a hora de explodir.
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3 comentários:
Eu realmente não sei quantas horas eu teria que bater palmas para seus poemas...=D
Mais um poema envolvente, sou seu fan xD
beijaooooo
I.R.
A D O R E I
Achei tão profundo ;~ Na verdade, uma tempestade de sentimentos..embaralhados e confusos..mas devem ser removidos, sem dúvida ^^
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